Em uma entrevista concedida ao Programa Intera, Ozeas Menezes, ex-vereador entre 2017 e 2020 e atual vice-presidente do PDT de Alagoinhas, trouxe à tona aspectos cruciais de suas saídas da base governista e também do partido AVANTE, entre outros temas.
Ozeas começou esclarecendo a especulação em torno de sua saída do governo municipal, afirmando que seu apoio a Joaquim Neto em 2020 foi motivado por alinhamento partidário, visando a manutenção do controle do AVANTE. Sobre os rumores de que havia saído por não ter recebido o controle da pasta desejada, ele confirmou que a SEMAS foi prometida a ele e ao AVANTE, mas o acordo não foi cumprido. Posteriormente, recusou as pastas SMTT e SEGOV, alegando desalinhamento com o governo municipal que, segundo ele, já não o representava.
A entrevista abordou também o conturbado episódio do Código Tributário de Alagoinhas, quando Ozeas votou positivamente durante seu mandato de vereador. A revogação desse código, apoiada no ano seguinte por sua filha Luma Menezes, resultou na expulsão dela do governo. Ozeas esclareceu que na época não houve tempo o suficiente para discutir o código, o que levou à sua aprovação unânime pelos vereadores daquela legislatura.
Ozeas expressou seu descontentamento com o partido AVANTE, liderado pelo deputado federal Sargento Isidoro, acusando-o de falhar em cumprir suas obrigações perante os municípios baianos. Segundo ele, Isidoro focou seus esforços (e emendas) em seu centro de recuperação, não tendo enviado sequer uma emenda para Alagoinhas, cidade em que teve cerca de 7 mil votos.
A possibilidade de apoio a Paulo Cezar nas eleições atuais gerou questionamentos, especialmente considerando a condenação por improbidade que pesa sobre o candidato. O ex-vereador destacou que esse questionamento por parte dos apoiadores da base reflete a incoerência do governo municipal, que tem entre seus quadros figuras como o Secretário de Governo atual, João Rabelo, e ex-braço direito de Paulo Cezar, além de Ludmilla Fiscina, diretora da SEMAS na época de Cezar. Ele ressaltou também que o possível apoio se dá por alinhamento de seu partido nas esferas estadual e nacional com o União Brasil, de ACM NETO, pelo qual PC concorrerá à prefeitura.
Ozeas acrescenta que a provável aliança do governo com o PT, partido envolvido em escândalos de corrupção, soa incoerente na fala de quem acusa o ex-prefeito Paulo Cezar de corrupção.
O ex-vereador apimentou a entrevista sugerindo que vários aliados do prefeito podem “abandonar o barco” e passar a apoiar Paulo Cezar nas eleições de 2024. Ao ser questionado se o vice-prefeito Roberto Torres seria um desses nomes, Ozeas afirmou que Roberto é leal ao seu partido, o Republicanos, e seu líder, o Deputado Federal Marcio Marinho, ambos aliados ao União Brasil, partido de Paulo Cezar, o que tornaria o apoio de Roberto algo natural.
Ainda sobre bastidores, Ozeas defendeu a atuação parlamentar de Paulo Codoro, afirmando que candidatos rivais no distrito do Riacho da Guia que não conseguiram se eleger têm trabalhado para atrapalhar o mandato do vereador.
Falando do Bahia Beer, Ozeas acusou o festival de falhar em seus objetivos de atrair turismo e desenvolvimento econômico para a cidade.
Ozeas também participou dos quadros do Programa. No Naufrágio dos Secretários, o ex-vereador salvou Francisco Brito, do SAAE, destacando a acessibilidade e responsabilidade do gestor. Já no quadro um voto e um veto, Ozeas votou em sua filha, Luma Menezes, e finalizou com um surpreendente veto ao líder do governo, Anderson Baqueiro. Em suas palavras, Baqueiro é “o mais camaleão de todos”.
Assista a entrevista na íntegra aqui.