Domingos Pereira: Quando o movimento é político, o povo não adere

Domingos Pereira: Quando o movimento é político, o povo não adere

Na última semana ocorreu um “protesto” contra o reajuste da tarifa de ônibus, um movimento politico que teve pouca ou quase nenhuma adesão popular, senão daqueles seguidores ferrenhos dos promotores do ato. Como vocês podem verificar na foto.

Alguns vereadores que aprovaram o novo código tributário, o qual gerou o maior aumento da carga tributária, estão querendo impedir um aumento necessário na tarifa do transporte coletivo. Qualquer cidadão dono de veículo que coloca a mão no bolso para pagar combustível tem a consciência de que a nova tarifa que começa vigorar a partir de janeiro de 2022 é justa e necessária para continuidade do serviço de transporte coletivo. Se hoje Alagoinhas que têm mais de 150 mil habitantes, seria necessário 150 ônibus para atender com regularidade a todas as localidades.

Os vereadores que aprovaram o novo código tributário não tem moral para ir numa rádio reclamar de reajuste de tarifa de ônibus, sendo que todos sabem que, em razão dos constantes aumentos dos combustíveis, a tarifa está realmente defasada. O usuário do sistema de transporte coletivo que paga 5,00 reais para um motoboy, sabe que uma tarifa justa seria no mínimo o valor equivalente. Para compensar essa diferença, o governo tem que participar com alguns subsídios.

Já expliquei em outro post como funciona a concessão de transporte publico e como ela é prejudicial para a entrega de um serviço publico eficiente e de qualidade. Entretanto, não podia deixar passar em branco esse movimento contra o aumento da tarifa que, além de ser puramente promovido com intuito politico e sem adesão, ignora fatores como os reajustes, incluindo o aumento dos salários, que precisam ser promovidos pelo setor empresarial, especificamente o de transporte.

Esses políticos sabem que uma tarifa justa seria, no mínimo, o valor equivalente para compensar a diferença dos custos. Ao invés de combater a medida e forçar um preço impraticável, os governos têm que participar com alguns subsídios assim podendo reduzir o impacto no orçamento do cidadão e mantendo o transporte publico funcionando com um preço justo. Situação complicada! Muito para quem paga e pouco para quem recebe. Geralmente, quem utiliza o serviço de transporte coletivo são pessoas de baixa renda.

Qual empresário irá investir num setor que durante a pandemia já acumula um prejuízo de 14 bilhões, devido à baixa rotatividade de passeiros e as altas constantes de combustível, que já acumula um aumento de 64% contra um reajuste nas tarifas de ônibus de 22% ? O pior cego é aquele que não quer ver. O sistema de transporte coletivo está falido no Brasil inteiro. Nesse momento difícil de pandemia, é de suma importância um subsídio dos governos para não corremos o risco desastroso da população ser penalizada sem esse fundamental serviço para todos.

Nesse momento, é preciso um esforço de toda sociedade organizada para buscar uma solução para o falido sistema de transporte no Brasil. Senhores políticos, não é fazendo movimento em frente a prefeitura para exigir a revogação de um reajuste na defasada tarifa que vocês irão contribuir para solucionar o problema de transporte coletivo de Alagoinhas, dentre outros graves problemas sociais.

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