O Segundo mandato do prefeito Joaquim Neto começou dando sinais de que iria navegar por águas tranquilas no quesito governabilidade. A adesão à base governista por parte de vereadores que disputaram as eleições pela coligação adversária resultou numa maioria esmagadora. O grupo da situação passou a ter 12 vereadores (13 se contar o presidente José Cleto) contra apenas 4 da oposição. Aparentemente, o governo não iria ter dificuldade alguma para aprovar seus projetos. Aparentemente.
Na prática, a situação começou a mudar à época das votações dos projetos que previam a equiparação do funcionamento das academias e templos religiosos ao de serviços essenciais. Em ambas as ocasiões, apesar de fazer parte base governista, Luma Menezes votou contra, mesmo os projetos tendo autoria de vereadores aliados. Embora Luma ainda faça oficialmente parte da base, seu partido, o AVANTE, já não integra o governo.
Na mesma época, um grupo formado por Edy da Saúde, Paulo Codoro, Marcio da Cavada, Professor Arão e liderado por Anselmo Bal (todos aliados ao prefeito) se apresentou como uma terceira bancada. denominada Juntos Somos Mais Fortes, ainda aliada ao prefeito, mas com certa independência. A promessa do bloco era simples: votar sempre de forma unânime, seja a favor ou contra o governo. A primeira vez em que essa bancada votou contra a base foi no projeto que discutiu a venda do terreno do Atlético. Na ocasião, apesar do posicionamento contrário do grupo, não houveram maiores consequências, pois, com o apoio de vereadores da oposição, o projeto foi aprovado. A bancada, inclusive, hoje é ainda maior, com a adesão do vereador luxo Gode.
A discussão sobre a revogação do novo código tributário escancarou a crise de governabilidade enfrentada pela gestão municipal. A manifestação do posicionamento favorável à revogação do código por parte dos vereadores da oposição e da bancada Juntos Somos Mais Fortes, além de Luma Menezes, configura a primeira vez que o governo não consegue maioria e põe uma interrogação na consistência da base governista. Se quiser bancar posição contrária a revogação do código, o governo terá trabalho para reverter a situação e conseguir mais que os 5 votos dos vereadores que permanecem fechados como governo.